Métodos de ensaio

Sequência de premissas para manipulação e preparo do bambo para realização de ensaios físicos e mecânicos.


Termos Definiçães
Colmo de bambu Parte aérea da planta, de forma tronco-cônica, em geral vazia no seu interior, exceto nos nós, que é aproveitada na construção.
Parte do colmo da qual podem despontar galhos e onde há um diafragma interno fechando a seção transversal.
Diâmetro externo Diâmetro da seção transversal do colmo, medido em dois pontos opostos à superfície externa.
Espessura da parede Espessura da parede do colmo.
Internó Parte do colmo compreendida entre dois nós consecutivos.
Vara de bambu Parte útil do colmo após o corte de suas extremidades.
Umidade do colmo porcentagem de água da amostra com referência ao peso seco em estufa.

Peso

O peso do corpo de prova deve ser determinado com precisão de:

  • 1 gf, para corpo de prova de massa igual ou superior a 100 g;
  • 0,1 gf, para corpo de prova de massa inferior a 100 g.

Obtenção do corpo de prova

Os corpos de prova para os diversos ensaios devem ser cortados da vara segundo o tipo de ensaio a ser feito e identificados adequadamente com marcador permanente.

A sequência dos ensaios deve ser tal que elimine o máximo possível de variações das propriedades devidas ao armazenamento e condições ambientais que possam afetar a comparação dos resultados.

O número de corpos de prova em cada ensaio não pode ser inferior a 12 unidades.


Temperatura e umidade

Para evitar variações significativas nos valores de resistência mecânica, todos os ensaios devem ser feitos à temperatura de (27±2) ºC e umidade relativa de (70±5)%. Isto permite a comparação de resultados de ensaios em todo o mundo, assim como a sua reprodutibilidade.

No entanto, se os ensaios forem realizados no local de uso, ou se o laboratório for incapaz de controlar a temperatura e a umidade do local, o relatório de ensaios deve apresentar estes parâmetros com seus valores explicitados.


Equipamento e velocidade de aplicação de carga

O equipamento de ensaio deve ter um dos pratos rotulado, de forma a permitir pequenas rotações e acomodações dos corpos de prova. A velocidade de aplicação de carga não pode variar mais que ± 20% da velocidade especificada para o ensaio. O carregamento deve ser aplicado continuamente sem variaçåo na velocidade requerida para o ensaio.


O relatório de ensaio deve incluir:

  • Nome e endereço do laboratório, data e nome do técnico responsável;
  • Referência NBR 16828-2 (ABNT, 2020);
  • Informações sobre a origem dos corpos de prova, bem como sua preparação e posição ao longo do colmo
  • Temperatura e umidade do ar no ambiente de ensaio;
  • Equipamento utilizado e qualquer outra informação
    que possa influenciar a utilização dos resultados de ensaio;
  • Teor de umidade das peças ensaiadas, conforme o ensaio de teor de umidade 👆;
  • Valor individual da propriedade medida, valor médio, desvio-padrão e coeficiente de variação, com precisão de uma casa decimal para propriedades mecânicas, em megapascals, e coeficiente de variação, em porcentagem.

Amostragem

No caso dos ensaios sobre as propriedades dos bambus para fins comerciais, as amostras devem ser coletadas de diferentes localidades, representativas de diferentes condições de crescimento em toda a área geográfica envolvida. No caso da investigação científica, devem ser coletadas amostras nas localidades determinadas pelo propósito da pesquisa, que devem ser mencionadas no relatório dos ensaios.


Seleção dos calmos

Os colmos de bambu devem ser selecionados na plantação por profissional habilitado que possa identificar as espécies, conheça o grau de maturação e tenha conhecimento do método de corte.

Os colmos selecionados para ensaio devem estar maduros e livres de defeitos e devem ser representativos da média dos colmos de bambu dominantes da localidade. Colmos danificados, trincados ou atacados por insetos devem ser descartados.

O número de colmos deve ser escolhido aleatoriamente nos diversos compartimentos da plantação. Os colmos selecionados devem ser marcados adequadamente para posterior corte.


Corte e indentificação

Antes do corte devem ser registradas as seguintes informações:

  • Nome da espécie (botânica e local);
  • Nome da localidade;
  • Número de touceiras e de colmos selecionados;
  • Idade dos colmos
  • Detalhes sobre a identificação dos colmos
  • Data de corte e de expedição

Deve-se descartar a primeira parte do colmo (até 1m dependendo da espécie), pois ela apresenta características anatômicas diferentes do restante do colmo de bambu.

Os colmos devem ser numerados sequencialmente. Na posição horizontal, corta-se e descarta-se a parte superior não utilizável, obtendo-se as varas. Estas são divididas em três partes, cada uma com comprimento aproximadamente equivalente a um terço da parte útil do colmo, marcadas como "base", "meio" e "topo", mantida a numeração do colmo em cada uma delas. O comprimento da parte útil, ou seja, da vara, deve ser registrado.


Tratamento imunizante

Os colmos de bambu são particularmente suscetíveis ao ataque de insetos. Por esse motivo, tão logo seja feito o corte na touceira, as varas devem ser preparadas e receber um tratamento imunizante (profilático), para evitar a presença de insetos xilófagos.


Transporte e armazenamento

Durante o transporte, as varas devem estar protegidas de incidência de sol forte e de chuva, devendo ser evitados choques e pancadas.

As varas de bambu devem ser armazenadas pelo menor tempo possível, de forma a evitar que qualquer deterioração possa ocorrer.